sábado, 4 de junho de 2011

Estudo para casais

DEFININDO O PAPEL DO CASAMENTO e DEFININDO OS PAPÉIS NO CASAMENTO

Introdução: Houve época em que o casamento não tinha o mesmo formato que tem hoje. Cada nação, cada povo, cada cultura tinha uma maneira de realizar as uniões matrimoniais. O casamento no formato que reina no Brasil é novo na história da humanidade, não tem mais que duzentos anos.

Ao entrarmos no século XXI nos deparamos com nova realidade. O conceito de “casamento duradouro” ou “eterno”, registrado em cartório, com “Regime Parcial ou Total de Bens” está desaparecendo e surge um novo conceito que admite apenas a “união estável entre os cônjuges”. União essa que pode ser dissolvida através do divórcio, até pela internet e em tempo mínimo possível.

Expressões como: "Casou, não deu certo, separa-se e casa-se de novo"; "filhos de casamento diferentes são criados por novos casais, sem a idéia antiga de “padrasto ou madrasta”"; "ser mãe solteira é uma opção já aceita pela sociedade como coisa normal, tranqüila"... E assim vai...

Como o “povo de Deus” deve se comportar diante de tudo isto? - Existe um padrão bíblico que ultrapassa as fronteiras do tempo ou podemos nos encaixar nos padrões atuais da sociedade sem ferirmos o “Plano de Deus” para a Família?

Qual a importância do casamento, de acordo com o ponto de vista bíblico-cristão, para a satisfação do “Plano de Deus” para o ser humano? - O papel de cada cônjuge está definido pela Palavra de Deus ou podemos seguir a tendência do comportamento atual?

Vamos tentar responder cada uma destas perguntas e sondar a Palavra de Deus para tentarmos obter respostas satisfatórias.

I. QUAL A IMPORTÂNCIA DO CASAMENTO?

O casamento é importante no sentido da procriação, da companhia, da parceria, da satisfação dos apetites sexuais e principalmente da disciplina do ser humano.

1. NO SENTIDO DA PROCRIAÇÃO – A perpetuação de espécie é um projeto da vida. No caso dos demais seres vivos, a própria natureza providenciou que cada espécie se reproduza e muitas vezes essa reprodução é feita de forma muito aleatória. No caso do ser humano, foi necessário haver uma aliança entre macho e fêmea, para que a procriação se desse de forma ordenada e responsável. Sem o papel de pai e mãe para educar e preparar para a vida, o ser humano seria o mais selvagem dos animais.

2. NO SENTIDO DA COMPANHIA – “Não é bom que o homem viva só” – Gn 2.18. O ser humano é um animal sociável. Nada neste mundo preenche ou substitui a presença de um esposo ou de uma esposa. O casamento é a providência divina para o problema da solidão e do vazio da alma do homem. Ao encontrar o seu par perfeito o homem, ou a mulher se tornam plenos. Todo homem foi feito para ter em sua companhia uma mulher e vice-versa.

3. NO SENTIDO DA PARCERIA – Desde o início Deus tinha em mente colocar na terra alguém que dominasse o Planeta Terra, no sentido de conduzir tudo na mais perfeita ordem, para dar-lhe prazer e para refletir sua glória. Sabemos que a tarefa de dirigir, comandar, dominar, nunca é plenamente realizada sem a participação de alguém. Todo avião tem seu co-piloto; todo país tem seu Vice-Presidente; toda empresa tem seu subgerente; toda igreja tem seu co-pastor. Deus queria um Co-Dominador para a terra, um Vice-Regente. A mulher foi a idéia perfeita que o Criador teve para essa parceria na execução do projeto divino, na terra, para o homem.

4. NO SENTIDO DA SATISFAÇÃO DOS APETITES SEXUAIS – A bestialidade, a zoofilia, a pederastia e outras impurezas não estão no projeto original de Deus para o ser humano. Somente a mulher pode satisfazer o apetite sexual do homem e vice-versa. E, somente dentro do plano do casamento é que essa satisfação torna-se agradável a Deus. A única ligação capaz de unir corpo, alma e espírito é o casamento entre um homem e uma mulher. Somente a sabedoria divina foi capaz de juntar duas pessoas tão distintas e idealizar que ambos se tornassem UMA SÓ CARNE.

5. NO SENTIDO DA DISCIPLINA DO SER HUMANO – Entre todas as relações presentes na vida do ser humano, a relação que mais nos disciplina é o matrimônio. Um bom esposo e um bom pai será “bom” em tudo o mais nesta vida. O contrário também é verdade. Através do matrimônio o homem consegue corrigir o seu instinto de egoísmo, de egocentrismo e insubordinação.

Nesta relação, cada cônjuge é submetido ao outro pelo amor.

Por que ao homem é ordenado o amor sacrificial e à mulher a submissão? Porque no inconsciente masculino, na grande maioria, demonstrar amor é ter libido, é ter apetite sexual. Quando o homem tem que mostrar amor de outra forma, sem visar apenas o sexo é um sacrifício. A psicologia masculina ensina que a conquista é única; que a presença, o status de lar é suficiente; que os votos iniciais perduram por toda a vida. E se esquece que cada dia é uma conquista...

Já da mulher é exigida a submissão. Toda mulher, por mais passiva que seja, tem no seu interior a sensação de saber o que quer; de achar que sabe mais que o homem e que pode decidir até mesmo sem o consentimento dele. Submeter-se é uma forma de DISCIPLINA para a mulher e, quando ela faz isto de coração, aceitando o plano de Deus, ela se torna uma mulher abençoada e não vive sobrecarregada de preocupações e cuidados.
II.
QUAL O PAPEL DE CADA CÔNJUGE NO CASAMENTO?

OBS: Falaremos de “marido” e “esposa”, não de “homem” ou “mulher”, porque não queremos definir os papéis de cada um perante a sociedade, mas, apenas no casamento.

PAPEL DA ESPOSA – Nº 1

Se um dos propósitos do casamento é tornar viável o cumprimento da missão da humanidade em relação à execução dos planos de Deus, e o lar é a “maquete” deste “plano”, o primeiro papel da esposa, consequentemente é o de auxiliadora do marido – Gênesis 2.18. Uma esposa que auxilia o marido torna-se uma coluna no lar, aquela pessoa onde, não apenas o marido, mas, toda a família pode apoiar-se. Ao contrário, uma esposa que não auxilia o marido, causa-lhe problemas, e muitas vezes o leva à ruína financeira, moral e espiritual.

PAPEL DO MARIDO – nº 1

Neste aspecto, o papel do marido é o da liderança amorosa. Ser líder é ter iniciativa, é saber resolver, decidir, dizer sim ou não quando se fizer necessário. As decisões devem ser, preferencialmente, harmoniosas com a vontade da esposa. Quando o marido deixa de exercer a liderança no lar ele assume o risco de ver seu lar enfrentar problemas que certamente não enfrentaria se estivesse exercendo seu papel. Neste caso, em geral, a esposa assume este papel e fatalmente fica sobrecarregada, uma vez que o marido não fará o papel dela. Ou seja, ela terá que exercer os dois papéis. Como resultado, vemos muitas mulheres estressadas, enfrentando crises de depressão e muito vulneráveis a diversas complicações na saúde.

PAPEL DA ESPOSA – Nº 2

Se um dos propósitos de Deus ao instituir o matrimônio era a procriação, consequentemente o papel da esposa é o de ser a MÃE. E, ser mãe é um dom e uma função que só a mulher pode exercer. A ternura, o carinho, o afeto, a educação, o desenvolvimento do caráter, a atmosfera de piedade no lar, promovendo na casa a sensação de lugar de refúgio, são atribuições que são melhores desempenhadas pela esposa-mãe.

A esposa que não assume o papel de mãe não sabe o valor que uma mãe representa na vida de uma pessoa e no lar. A mãe não pode delegar seu papel a terceiros.

PAPEL DO ESPOSO – Nº 2

Neste aspecto, o papel do marido é o de pai e de provedor do lar. Cabe-lhe a divina missão de ser o exemplo para os seus filhos como alguém que providencia a alimentação e todas as soluções para os problemas que surgem diariamente. Cabe-lhe o dever, como pai, de proteger e de criar atmosfera de segurança para a família. Cabe-lhe o dever de ser o modelo de homem ideal, tanto no sentido de masculinidade como no sentido de autoridade, de atenção e responsabilidade.

PAPEL DA ESPOSA – Nº 3 - Em relação à sexualidade.

Cantares 4.12,15 - "Jardim fechado és tu, minha irmã, esposa minha, manancial fechado, fonte selada. És a fonte dos jardins, poço das águas vivas, que correm do Líbano!"

– Manancial fechado, fonte selada. (01). Manancial – tem o sentido de a mulher exercer o papel de saciar a sede sexual do marido. A esposa não deve se negar a seu marido. (02). Fonte selada – Significa que ela deve servir de fonte de prazer apenas para seu esposo – “O meu amado é meu, e eu sou dele” – Ct 2.16. (03). - Fonte ou manancial - Também tem o sentido de renovação. A mulher deve ter criatividade no sentido de estar sempre se renovando para seu esposo. Ela não deve deixar a rotina exaurir o vigor sexual. A esposa precisa se preocupar com a aparência, com a higiene, com a provocação do desejo em seu marido... (ler Ct 3.6 – mulher perfumada, cheirosa).

PAPEL DO ESPOSO – Nº 3

Cantares 2.4-6 - Levou-me à casa do banquete, e o seu estandarte sobre mim era o amor. Sustentai-me com passas, confortai-me com maçãs, porque desfaleço de amor. A sua mão esquerda esteja debaixo da minha cabeça, e a sua mão direita me abrace".

– Levou-me à sala do banquete / Sustentai-me com passas / Sua mão esquerda esteja debaixo... (01). Levou-me à sala do banquete – Fala do dever do esposo de conduzir a esposa aos momentos de prazer. Para que a mulher chegue ao prazer ela precisa ser valorizada, honrada e apreciada. É dever do marido cuidar do bem estar físico e psicológico de sua esposa; (02). Sustentai-me com passas – Fala do dever do marido de preservar o sabor do sexo no casamento. O esposo tem que se preocupar com a manutenção do romantismo, tal qual havia na época do namoro; (03). Sua mão esquerda esteja debaixo... – Fala do dever do marido de tocar em sua esposa; de acariciar; de ser delicado no momento da relação sexual; das preliminares; do prazer de estar ao lado de sua esposa; de andar de mãos dadas; do beijo (ler Ct 1.2 e 4.11);

Conclusão: Se cada um exercer o seu papel com amor o amor nunca se esvairá e o casamento não será um fardo na vida de nenhum dos cônjuges. Antes, será um instrumento de aprimoramento da personalidade, do caráter, das habilidades e da espiritualidade.